Um clique e a foto já rodou o
mundo sob a alcunha de chocante. Esta semana, a fotógrafa Taslima Akhter registrou
o “abraço fatal” de um casal após o desabamento de uma fábrica têxtil em
Bangladesh. Sou jornalista e repórter fotográfica. Trabalho na imprensa há
algum tempo, mas isso não me e impede de criticá-la por certos rótulos que ela
mesma impregna na mente do leitor.
Lembrei-me que logo da invenção da fotografia (na primeira metade do século XIX), uma fábula se apoderara do imaginário humano: a “fotografia rouba a alma das pessoas”. E a sensação comum que se tem diante da imagem em questão é que a fotógrafa roubou ao casal o último suspiro de uma morte digna.
Sob meu olhar , contudo, Taslima devolveu vida a essas pessoas. Ao encarar o casal (e não a foto em si) pergunto-me o que faziam, sob que condições trabalhavam, sobre o que conversavam, afinal, quem eram esses dois que só depois da foto (e não da morte) tiveram suas vidas relevadas e reveladas?
A foto choca. É que todos dizem. E ao mesmo tempo se questionam se era, de fato, necessário um registro desse tipo. Ao desavisado leitor um recado: não é a imagem em si que te causa a desprazerosa sensação, mas o fato de estar diante da inevitabilidade da morte.
As pessoas têm medo das mazelas deste mundo e culpam o fotógrafo quando uma imagem desperta tudo isso diante de seus olhos. Sinceramente, creio estamos passando da hora de pensarmos fotografia.
Lembrei-me que logo da invenção da fotografia (na primeira metade do século XIX), uma fábula se apoderara do imaginário humano: a “fotografia rouba a alma das pessoas”. E a sensação comum que se tem diante da imagem em questão é que a fotógrafa roubou ao casal o último suspiro de uma morte digna.
Sob meu olhar , contudo, Taslima devolveu vida a essas pessoas. Ao encarar o casal (e não a foto em si) pergunto-me o que faziam, sob que condições trabalhavam, sobre o que conversavam, afinal, quem eram esses dois que só depois da foto (e não da morte) tiveram suas vidas relevadas e reveladas?
A foto choca. É que todos dizem. E ao mesmo tempo se questionam se era, de fato, necessário um registro desse tipo. Ao desavisado leitor um recado: não é a imagem em si que te causa a desprazerosa sensação, mas o fato de estar diante da inevitabilidade da morte.
As pessoas têm medo das mazelas deste mundo e culpam o fotógrafo quando uma imagem desperta tudo isso diante de seus olhos. Sinceramente, creio estamos passando da hora de pensarmos fotografia.
Taslima Akhter/Reprodução do site MSN Notícias
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Impressionante a foto, não conhecia...
ResponderExcluir"Não é a imagem em si que te causa a desprazerosa sensação, mas o fato de estar diante da inevitabilidade da morte" - disse tudo!