segunda-feira, 17 de junho de 2013

SOBRE TUDO QUE VI (protesto em Londrina)


Talvez a fome e o cansaço após o serviço falassem mais alto. Mas quando se é tocado por uma onda de vozes que juntas gritavam  “Vem pra rua!” não há como não ser tomado por boas energias.
À medida que me aproximava os gritos ecoavam mais alto. Impossível não se contagiar. Juntei-me ao fluxo e deixe-me levar. Foi assim que aquela multidão de umas 1500 pessoas deixou o calçadão e desceu a Avenida Higienópolis de ponta a ponta.
Caras pintadas, máscaras, bandeiras do Brasil e nenhuma de partido político. O protesto era do povo, a favor do povo. Cartazes com dizeres “juntos somos mais fortes” ou “minhas ideias são à prova de bala” erguidos por jovens skatistas, engravatados, hippies. Uma senhora na casa dos 60 exibia orgulhosa sobre um banco de concreto a bandeira verde-amarela. Pais com crianças, avós com netos. Adolescentes com seus uniformes da rede estadual.
A multidão que tomou as duas vias da avenida era recebida pelos motoristas engarrafados com buzinaços de apoio. Vi uns descerem do carro e colaborarem com gritos. Vi caronas deixarem os veículos para se juntarem à multidão.
Eu, em minha timidez só conseguia sorrir ao ver aquilo tudo acontecendo. Dizem por aí que picharam um ônibus. Eu não vi. Como não vi nenhum consumo de bebida alcoólica, nem uma tentativa de depredação ou intenção de baderna.
Lindo mesmo foi ver aquele povo sentado no cruzamento da Higienópolis com Avenida JK. Ali o grito do “gigante” se fez ouvir. Ali percebi que mesmo em minha participação discreta e solitária eu não era SÓ mais uma. Estava ali para somar. E se cada um conseguisse se libertar de seus medos ou valores pelo menos uma vez na vida perceberia o quanto se fazer presente nessas horas faz toda diferença.
Parabéns aos brasileiros que neste dia demonstraram que é possível acordar bem antes do despertador tocar.

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